Você deve ter visto por aí as fotos lindas que o papai mais pop do Brasil, Marcos Piangers, posta para ilustrar as suas crônicas sobre paternidade. A responsável por alguns dos cliques é Giselle Sauer, fotógrafa que se destaca pela simplicidade dos momentos que registra. Para Giselle, a fotografia deve acompanhar não só o crescimento de uma criança, como também as situações cotidianas que fazem parte da história de uma família.
Conversamos com a fotógrafa que lança neste mês Brincar, clicar, amar, um compilado de dicas e instruções para as mamães de primeira viagem que vão querer recordar os momentos dos seus pequenos no futuro.
Belas-Letras: De onde veio a sua paixão pela fotografia?
Giselle Sauer: Meu avô gostava de fotografar e então temos muitos registros de infância. Na adolescência eu sempre carregava uma câmera comigo, fosse uma descartável ou qualquer outra, e assim não deixava de registrar as coisas ao meu redor. Mas isso só virou um hobby oficialmente aos 30 anos e, uma vez que a gente ama muito um hobby, acaba por querer tê-lo como profissão. E foi isso que aconteceu.
BL: Qual é a maior dificuldade em fotografar crianças?
Giselle: É muito complicado enumerar dificuldades, pois com o tempo eu fui aprendendo que tudo precisa ser no tempo deles. Sempre me identifiquei com crianças, fui professora durante alguns anos e isso foi um aprendizado enorme. Por vezes eu acho que o mais difícil são os pais e as suas expectativas, as crianças estão sempre prontas para a folia e eu só preciso estar pronta para registrar suas façanhas.
BL: Qual é a sua visão e opinião sobre a fotografia digital e o fato de os velhos álbuns de família estarem cada vez mais raros?
Giselle: Eu acho que a fotografia digital é uma revolução, levou o acesso a todas as camadas e facilitou muito que se registre os momentos mais importantes e divertidos. Ver a frequência com que as pessoas imprimem suas memórias diminuir é algo que me deixa extremamente triste, pois somos todos feitos de histórias e não há nada melhor do que folhear um álbum antigo ou resgatar as fotos perdidas em baú. Somos feitos daquilo que contam de nossos pais e dos pais de nossos pais e assim por diante. Quando a geração de hoje tiver seus filhos, teremos uma lacuna gigantesca na história impressa e estes arquivos talvez estejam perdidos em alguma mídia digital antiga.
BL: Como o livro contribuirá para o seu trabalho como fotógrafa?
Giselle: O livro é um compilado de tudo aquilo que explico e ensino aos pais quando os fotografo. Ele não só ajuda a mostrar o quanto um fotógrafo especializado é importante para auxiliar os pais a identificarem as fases que passam rápido, como também a importância de ter registrado todo o amor que existe numa família visto pelos olhos de alguém de fora.
Esse foi apenas um pedacinho da entrevista que a Belas Letras fez com a autora, para poder conferir o restante, é só visitar o blog deles.
Espero que tenham gostado.
Um grande abraço e até a próxima.