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  • Resenha: Caminho das Sombras

    Para Durzo Blint, matar é uma arte... e ele é o artista mais talentoso da cidade. Temido por muitos, Durzo é uma lenda viva com as mãos manchadas de sangue e nenhuma culpa pelas vítimas que deixa pelo caminho.
    Esse mundo sombrio também não é novidade para o jovem Azoth. Sobrevivendo entre becos sujos, ele aprendeu que a esperança é uma piada. Pelas regras das guildas, crianças são agredidas e surradas todos os dias.
    Tentar contestar essa realidade seria um risco alto demais. Mas quando a morte se torna questão de tempo para ele e seus amigos, Azoth se vê forçado a vencer o medo e agarrar a chance de virar um derramador, um assassino. Ele precisa se tornar discípulo de Durzo Blint.
    Para ser aceito, o garoto abandona sua antiga vida e abraça uma nova identidade. Ao se tornar Kylar Stern, ele aprenderá a transitar no mundo dos nobres, sobreviver às magias de seus inimigos e cultivar uma amizade muito especial: a da escuridão

    Caminho das Sombras é um livro de fantasia centrado no relacionamento de dois personagens, mestre e pupilo. Á partir desta relação vamos conhecendo aos poucos o universo de Mideyru. 

    O protagonista é Azoth, um garoto de onze anos que sobrevive em uma guilda de pequenos ladrões e cujo sonho é se tornar um derramador. Essa vontade não surge do desejo de riqueza, status ou de uma motivação heroica. Derramadores são uma espécie de assassinos e Azoth acredita que eles não precisam enfrentar sentimentos ruins, não sofrem agressões físicas e que no final do dia sempre possuem algo quente para comer. 

    Durzo Blint é considerado o melhor derramador, um cara frio e egoísta, acredita que manter laços não é bom para a profissão, espalha aos sete ventos que jamais terá um discípulo. Durzo Blint, aceita treinar Azoth, os motivos que o fizeram entrar em contradição são um dos mistérios que serão expostos ao longo da trama.

    “A vida é vazia. Quando tiramos uma vida, não estamos tirando nada de valor. Derramadores são matadores. É só isso que fazemos. É só isso que somos. Não há poesia no ofício da amargura”.

    A história se desenvolve na relação entre mestre e pupilo, Azoth muda o nome para Kylar e passa a viver como um pequeno nobre. Outros personagens surgem e vão incorporando a trama que se torna dinâmica. No final do livro Azoth/ Kylar está com mais de vinte anos, então podemos presenciar várias etapas do seu treinamento. Esta não é uma história de garoto com pouco treinamento que derrota um inimigo poderoso e isso é muito bom. 

    Azoth e Durzo são opostos, ao longo do livro vemos um desenvolvimento em Azoth que o distancia de seu mestre. Durante a leitura começamos a nos questionar se Azoth será capaz de se transformar em um derramador e nos questionamos também se queremos esse destino para ele. As escolhas de Azoth/kylar se tornam o ponto forte da trama. Já Durz Mlint, mantêm uma certa constância, durante todo o livro terá atitudes contraditórias e irritantes. Essa postura é necessária para nos ajudar a ver a evolução do seu pupilo.
    O que separa um derramador de um assassino muito bem treinado é a magia. Alguns nascem com o que eles chamam de talento e ao dominar e canalizar esse dom o indivíduo é capaz de abafar o próprio som, se esconder nas sombras, aumentar sua força e por ai vai.

    "- Um derramador precisa se soltar - disse Durzo. - Aliás, precisa se abandonar. Para um derramador perfeito, tem que usar a pele perfeita para cada assassinato. "

    No começo a leitura é meio confusa. São muitos nomes (de pessoas e lugares) e títulos para memorizarmos e isso passa uma sensação de estarmos perdidos, acredito que uma escrita um pouco mais didática no início teria facilitado um pouco. A forma como o autor nos conta a história também é meio confusa, a visualização da cena em nossa mente não fica clara. Essa parte pode ter sido mais por um problema de tradução do que do autor. Outro fator que contribui para um leitura confusa e as vezes cansativa é a narrativa em 3ª pessoa onisciente (narrador que sabe de tudo) a narrativa fica pulando entre vários personagens e as vezes no mesmo parágrafo. Eu prefiro a utilização da 3ª Pessoa Limitada (o narrador sabe o que se passa na cabeça de alguns personagens e não de todos), mas essa parte do Ponto de Vista Narrativo é mais uma questão pessoal.

    A parte técnica do livro está boa, diagramação, capa e revisão foram bem feitas. Minha dúvida recai sobre a tradução, mas como não tive acesso a obra original e nem sei ler inglês tão bem fica difícil avaliar melhor.

    No geral eu achei o Caminho das Sombras um bom livro, mas não fiquei empolgado para ler sua continuação logo na sequência. Para os fãs de fantasia a leitura é válida, mas saibam que o livro não traz nada de muito inovador. Se procuram algo impactante com um anti-herói eu indico As Mentiras de Locke Lamora.


           Editora: Arqueiro || Autor: Brent Weeks || Páginas: 432 || Skoob || Onde comprar



    Alex da Silva

    4 comentários:

    1. Olá, Alex. Desde que esse livro nos lançamentos da editora eu fiquei curiosa com ele e mesmo com esses pontos que você mencionou, eu acredito que a leitura possa me agradar bastante.

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    2. Oi!
      Adoro livros de fantasia mas desde o seu lançamento esse livro não conseguiu me conquistar, seja pela capa ou pela sinopse, e a sua resenha me confirmou que, para mim, seria uma leitura bem morna, ainda mais pela narrativa onisciente, da qual também não gosto muito.
      Adorei sua resenha.
      Beijos!

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    3. Oiii Alex, como vai?
      Por mais que eu tenha gostado muito da sua resenha, dessa vez irei pular a dica, o gênero em si não me agradou muito e a premissa não despertou meu interesse, parabéns pela incrível resenha.
      Beijinhos

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    4. oI!!!

      Também fico confusa quando o livro tem muitos personagens e locais, levo um tempinho para tentar compreender toda a narrativa. Sua resenha não me motivou a ler, e saber que tem continuação apenas colabora para esse sentimento. E. em relação a tradução é por isso que quero aprender logo inglês, as vezes o livro original é muito mais "completo". Beijos!

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