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  • Resenha: Entre Irmãs

    Nos anos 1920, as órfãs Emília e Luzia são as melhores costureiras de Taquaritinga do Norte, uma pequena cidade de Pernambuco. Fora isso, não podiam ser mais diferentes.
    Morena e bonita, Emília é uma sonhadora que quer escapar da vida no interior e ter um casamento honrado. Já Luzia, depois de um acidente na infância que a deixou com o braço deformado, passou a ser tratada pelos vizinhos como uma mulher que não serve para se casar e, portanto, inútil.
    Um dia, chega a Taquaritinga um bando de cangaceiros liderados por Carcará, um homem brutal que, como a ave da caatinga, arranca os olhos de suas presas. Impressionado com a franqueza e a inteligência de Luzia, ele a leva para ser a costureira de seu bando.
    Após perder a irmã, a pessoa mais importante de sua vida, Emília se casa e vai para o Recife. Ali, em meio à revolução que leva Getúlio Vargas ao poder, ela descobre que Luzia ainda está viva e é agora uma das líderes do bando de Carcará.
    Sem saber em que Luzia se transformou após tantos anos vagando por aquela terra escaldante e tão impiedosa quanto os cangaceiros, Emília precisa aprender algo que nunca lhe foi ensinado nas aulas de costura: como alinhavar o fio capaz de uni-las novamente.

    Entre irmãs é um livro da escritora brasileira Frances de Pontes Peebles, contudo foi originalmente escrito em inglês e foi publicado anteriormente a adaptação com A costureira e o cangaceiro, apresentando as verdadeiras heroínas que vivem e sobrevivem as adversidades da vida causada pela busca de seus sonhos no agreste Nordestino. 

    Na historia Emília é a sonhadora, que deseja fugir da seca e miséria de sua cidadezinha e ir para a capital, onde poderia ter um casamento que a proporcionasse luxo. Já Luzia, apelidada de Vitrola por seu braço deformado, exibe tamanha franqueza e inteligência capaz de suprimir a visão de inútil que as pessoas a dava, e junto com sua irmã eram conhecidas como as melhores costureiras da pequena cidade. Contudo, suas vidas mudam com a chegada do bando de cangaceiros de Carcará. 

    Quando as irmãs se veem longe uma dá outra e preste a enfrentarem cada qual com seus desafios, é onde vemos que Luzia e Emília não apenas são as protagonistas da historias, mas verdadeiras heroínas que lutam e resistem às adversidades. E que mesmo após anos separadas, mantem o respeito e amor entre elas. 


    “Lá no alto o céu era uma imensidão escura. Luzia se sentiu pequena diante dele, e teve medo. Mas se lembrou daqueles passarinhos que libertava, tanto tempo atrás. Lembrou que, depois que ela abria a portinhola, eles sempre ficavam parados, hesitando, na beirada da gaiola. E, então, saíam voando.”

    A narrativa é tão fluida e cativante que as quase 600 paginas passam despercebidas por meio da profundidade que te leva na leitura. Por diversos momentos nos vendo sufocadas pelas adversidades de Luzia na agressividade do Sertão ou no modo como Emília luta para se adaptar a tão sonhada vida de luxo na capital. 

    Existe certa riqueza de detalhes dos lugares e acontecimentos da década de 1930 que acrescenta muito a historia, mas é possível perceber que em contrapartida, não há grande aprofundamentos nas personagens. Mas não foi algo que me incomodou muito, pois o principal foco é o amor e o respeito que as duas desenvolveram uma pela outra e o ambiente retratado pela autora. 

    Muitas vezes no decorrer do livro eu me peguei imaginando os personagens na sequidão do sertão, com escassez de tudo e lutando com todas as forças para sobrevir e mudar de vida, tenho uma profunda admiração por que já passou dessa situação e por quem ainda passa, tem que ser muito forte para passar por tudo isso.

    O livro tem uma historia bem intensa, profunda e que apresenta uma historia rica na cultura nordestina, é uma leitura que me marcou muito e que me fez refletir sobre diversas situações que eu nunca tinha nem imaginado. É uma leitura mais do que recomendada. 


           Editora: Arqueiro || Autora: Frances de Pontes || Onde Comprar || Skoob

    2 comentários:

    1. Nossa, mais de 600 páginas?! Não sou de ler livros assim muito grandes, me cansam, sei lá.. mas adorei saber que ele é fluído.. pois parece ser uma história bem interessante.

      www.vivendosentimentos.com.br

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    2. Histórias sobre o sertão me impressionam, pois sempre há uma luta pela sobrevivência naquele lugar e isso me intriga. Achei bem interessante a história, por se passar na década de 1930 e retratar a migração do nordeste para uma cidade mais rica (provavelmente uma Capital no Sudeste).

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