"Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é muito fácil agora, já que ele é um funcionário cheio de trabalho no Ministério da Magia, um marido e pai de três crianças na idade escolar. Enquanto Harry luta com um passado que se recusa a ficar onde pertence, seu filho mais novo, Alvo, precisa lidar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. Enquanto passado e presente começam uma sinistra fusão, pai e filho aprendem uma verdade desconfortável, pois a escuridão vem de lugares inesperados".
Sendo um grande fã do universo Harry Potter é difícil olhar esse livro de forma imparcial. Mesmo com alguns problemas é impossível não gostar de algo tão emocionalmente nostálgico, que me encantou no primeiro momento em que tive contato com personagens tão familiares e queridos. Mas não posso negar a grande verdade. Puxando uma frase dita pelo Youtuber Renie Santos do canal O Expresso de Hogwarts, "Esse livro ainda precisa comer muito feijão com arroz para ser uma continuação digna dos 7 livros da saga Harry Potter".
Mas antes de qualquer coisa, todos temos que nos conformar. Não se trata de um oitavo livro, é uma oitava história, no formato de roteiro de uma peça de teatro, e deve ser tratado como tal. Pra mim, foi uma dificuldade grande no começo, porque mesmo gostando muito de livros nesse formato, acostumei muito com a maneira como imaginava esse universo, e algumas passagens do livro com descrição do que acontece no palco atrapalharam um pouco, mas novamente, nada que estragasse gravemente a leitura.
A história tem como protagonista Alvo Severo Potter, e o livro se inicia na mesma cena que deu fim a Relíquias da Morte. Gostei muito de Alvo, fiquei feliz com o desenvolvimento dele na história, acho que todas as ações deles são justificáveis, da pra entender a personalidade dele. Infelizmente não posso dizer o mesmo de outros personagens, como Rosa Weasley, filha de Ron e Hermione. Não é uma personagem ruim, mas não tem nenhum desenvolvimento, algo que sempre foi presente na obra de J.K. Rowling.
Além disso, há Escórpio Malfoy, o segundo protagonista dessa história. Escórpio é muito diferente do pai. Achei isso muito legal, especialmente porque na construção do personagem a sua personalidade faz todo o sentido. E sua amizade com Alvo é uma das melhores coisas do livro.Mas infelizmente esses são os únicos personagens do livro que tem um bom desenvolvimento. Além dos que a gente já conhece, que nesse caso são: Harry, Gina, Ron, Hermione, Draco. Que não mudaram tanto em relação aos 7 livros, e as pequenas mudanças são justificadas na história.
O que obviamente torna a história uma boa leitura é o fator nostalgia. É maravilhoso revisitar personagens, lugares que não se via há tanto tempo. Também é muito bacana ver o que os personagens fazem enquanto adultos.
A Editora Rocco fez mais uma vez um trabalho excelente na estética e diagramação do livro, além de ter feito questão de trazer o livro para o Brasil a pedido dos fãs. Li em capa dura, mas também está disponível em capa mais simples e econômica. Além disso, esse livro difere dos outros livros da saga Harry Potter, já que as folhas são amarelas e mais grossas, e as letras também são maiores, o que facilita muito a leitura.
Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é uma ótima leitura para qualquer Potterhead, mas é importante ter em mente que é uma peça e não exatamente um oitavo livro. Recomendo a qualquer fã da saga que aproveite essa leitura nostálgica e que mesmo com alguns pequenos problemas, é envolvente.
Em breve farei outra postagem, dessa vez comentando fatos específicos da história, com SPOILERS. Até lá!
Em breve farei outra postagem, dessa vez comentando fatos específicos da história, com SPOILERS. Até lá!
Gustavo Matheus
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